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Foto do escritorEngenheira Especialista Bianca Sousa

Por que ainda é um desafio o marketing para a engenharia?

Atualizado: 27 de ago. de 2022



Sabe qual o maior desafio que temos realmente? Entender a história e mantê-la viva!


Muitas vezes repetimos padrões que nossos pais faziam, que eram réplica de nossos avós e que replicavam dos nossos tataravôs, os quais agiam de determinada forma devido aos acontecimentos da época.


Agimos replicando atitudes e nem sequer nos questionamos o porquê de determinada forma de agir ou pensar.


A resposta rápida para essa pergunta é porque historicamente os engenheiros não precisavam vender, então não nos foi ensinado. O que nos foi ensinado são resquícios dos anos 90 junto com o preconceito de que marketing é coisa de quem não trabalha direito, que marketing é golpe ou mentira. O conceito de marketing era muito ruim. Os engenheiros resistiram MUITO a ideia e marketing, mas o que necessita ser compreendido é que o mundo que não precisa vender serviços de engenharia ficou para traz faz muito tempo!


Se você queria a resposta simplificada, ela está no paragrafo acima, mas se quiser entender a história completa, vem comigo que vamos fazer uma viagem no tempo.


Estamos por volta do ano de 1970 e a primeira escola de engenharia nasce no Rio de Janeiro. E como eram esses alunos afortunados que frequentavam aquelas primeiras salas de aula? Filhos de alforriados do estado os quais não eram valorizados, não tinham prestígio social, não ganhavam bem, em resumo não era a profissão dos sonhos de ninguém, muito menos dos pais de famílias ricas que incentivavam seus filho a fazerem Letras, Direito ou ir para o Seminário.


Mas porque isso? Porque os engenheiros faziam o que todo mundo fazia, só que mais barato.


E você é engenheiro provavelmente já ouviu uma expressão criada nos EUA nesse período:


‘’O engenheiro é aquela pessoa que consegue fazer por um dólar, aquilo que qualquer um consegue fazer por dois dólares.’’


Beleza, até aí entendemos que o engenheiro era só mais uma peça no tabuleiro para preencher as grades das faculdades. Mas bem no comecinho do século 20, surgiram duas tecnologias realmente importantes que mudaram o rumo das coisas drasticamente que foi a ELETRICIDADE E O CONCRETO ARMADO.


É, daí entraram os modelos matemáticos, entidades invisíveis (as famosas ondas eletromagnéticas) e algumas coisas complexas que já não era mais qualquer um que tinha condições de fazer e que fizeram os engenheiros se apropriarem de um novo prestígio, força e poder.


Desde então, entre 1920 e 1970 a engenharia viveu suas épocas de ouro, não era necessário vender nada, existiam poucos engenheiros, os quais eram respeitadíssimos e quase nunca questionados.


Chegamos então nos anos 70, quando aconteceu a tal crise do petróleo, o Brasil estava no regime militar que não podia se dar ao luxo de uma crise econômica, a qual foi maquiada com empréstimos internacionais e fizeram com que as obras continuassem...Foi a época de um grande Brasil em termos de obras de infraestrutura, foi o Brasil da transamazônica, da Itaipu, de Brasília...até que por volta de 1978, houve uma ruptura econômica monumental.


Tudo parou, as obras pararam na etapa que estavam, fundações, baldrame...tiveram obras paradas em fase de acabamentos, porque o dinheiro simplesmente parou da noite para o dia, fazendo com que a década negra se instalasse para a engenharia.


Escritórios enormes quebravam e os engenheiros não entendiam o que estava acontecendo, muitos aderiram outras profissões.


Chegamos então finalmente nos anos 90, onde iniciou umas fagulhas no sentido de acordar os engenheiros para apresentar os seus serviços e vender, mas ainda existia uma resistência terrível associando marketing à enganação.





Só nos anos 2000, que começou a ser procurado melhor esse tema e ser mais aceito no meio técnico e acadêmico da engenharia.


Hoje ainda estamos replicando as atitudes dos nossos ancestrais que viveram a época de ouro na engenharia, com o preconceito dos anos 90 em relação ao marketing.


Gostaria de tomar a liberdade e citar Edmund Burke: ‘’Um povo que não conhece sua história está fadado a repeti-la.’’


No final, em pleno 2021, estamos todos no mesmo barco, seja o que você oferece produtos ou serviços, perfumes ou projetos, estamos na mesma jornada de transformar o mundo e o mercado no melhor que pudermos. Sendo assim, faça sua contribuição para o mundo, vendendo o que você tem de melhor e revolucionário!


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Este conteúdo é parte do compromisso da Forbee Engenharia de descomplicar a Engenharia Civil para os brasileiros. Ainda não conhece a Forbee? Saiba mais sobre nossas soluções e nossa história aqui.



Sobre a autora


Bianca Sousa é formada em Engenharia Civil, especialista em avaliações e perícias, especialista em patologia das construções, especialista em gestão de projetos e analista e desenvolvedora de sistemas. Atualmente é sócia fundadora da Forbee Engenharia. Bianca ama viagens, esportes radicais e bares ao estilo speakeasy.




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